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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

BURBERRY

O xadrez mais famoso do mundo aparece em biquínis, sungas, maiôs, bonés, cintos, gravatas, bolsas e outros acessórios. Para quem não conhece a inglesa BURBERRY, uma boa introdução, é saber que a marca é responsável pelo desenvolvimento da gabardine. É a marca que saiu da chuva para os desfiles de moda no segmento de luxo.
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A história
Tudo começou em 1856, quando Thomas Burberry, um aprendiz de vendedor de tecidos de 21 anos abriu uma pequena loja de roupas em Basingstoke, Hampshire, na Inglaterra. Em 1870, essa loja havia se tornado um “empório”. Uma década mais tarde, ele desenvolveu um tecido que respirava, era à prova d’água e não rasgava que foi chamado de gabardine, que virou matéria-prima de capas de chuva e da indumentária de exploradores e esportistas. O tecido impermeável, macio e chique caiu perfeitamente bem sobre a chuvosa Inglaterra e ainda como opção para o lazer no campo e no mar, tão comum entre a aristocracia local. Em 1891, com o nome de Thomas Burberry & Sons inaugurou uma loja na West End de Londres. Devido á praticidade da gabardine, em 1895, Thomas foi chamado pelo exército britânico para desenvolver um casaco para os oficiais, que seria o antecessor do trench coat (casaco de trincheira). Era o surgimento da famosa capa de chuva, adaptada ao estilo militar.
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Em 1911, equipado com casacos desenvolvidos pela BURBERRY, o explorador norueguês Roald Amundsen se tornou o primeiro homem a cruzar o Pólo Norte. Pouco depois, em 1914, a marca foi comissionada pelo escritório de Guerra para adaptar o antigo casaco dos oficiais para combate. Adicionou eqaulettes e argolas em forma de “D”, e ali nascia o verdadeiro trench coat, um casaco extremamente quente e resistente. Nos anos 20, o tecido xadrez (bege, preto, vermelho e branco), introduzido em 1924 e logo depois patenteado, que é marca registrada da BURBERRY, foi criado e usado no forro desses casacos. O trench coat, forrado com tecido xadrez, ganhou as ruas, se atrelando cada vez mais a um conceito de elegância, que vestiu de políticos a estrelas de cinema, como quando foi utilizado pelos atores Humphrey Bogart e Ingrid Bergman no filme Casablanca. Em razão da importância da marca no mercado britânico (e mundial), em 1955, a BURBERRY foi condecorada com uma Royal Warrant (uma menção honrosa dada a comerciantes e marcas), pela majestade Rainha Elisabeth II. Também em neste ano, a marca foi comprada pelo grupo Great Universal Stores (GUS).--
A marca começou sua internacionalização somente na década de 70, quando uma loja âncora foi aberta em Mannhattan. Mas nem tudo foi glamour na história da tradicional marca britânica. Na segunda metade do século XX, a marca em si ficou perdida no acelerado mundinho fashion e relacionada a um público acima de 50 anos. A clientela da marca BURBERRY dividia-se entre velhinhas de bochechas rosadas e turistas japoneses de passagem pelo Reino Unido. As lojas mais sofisticadas nem sequer tinham estoque dos seus produtos e a empresa parecia condenada a uma caretice eterna. Mas, a reviravolta começou em 1997, quando o GUS (que detém a maior parte das ações da empresa) convidou a americana Rose Marie Bravo, presidente da loja de departamentos Saks Fifth Avenue, para ser a principal executiva da marca. A partir dali, se iniciou o processo de criação de uma nova imagem: uma BURBERRY fashion. Uma de suas providências foi recrutar Roberto Menichetti, ex-estilista de Jil Sander para comandar a criação das novas coleções
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Em 1999, ele desenvolveu uma linha de vestuário chamada Prorsum (mesmo nome que aparece na bandeira do símbolo da marca), que possuía produtos com um valor um pouco mais caro, misturando estampas e cores, sobrepondo peças, embaralhando o clássico com o novo. Outra providência da executiva foi contratar o fotógrafo Mario Testino para cuidar das campanhas publicitárias e recrutar Kate Moss, a modelo que tem a imagem mais valiosa do mundo da moda, para ser a garota-propaganda. Resultado: sem perder os tradicionais compradores, a faixa etária do público mudou de 50 para 30 anos. Ou melhor, se expandiu: agrada de avós aos netos e também à quarta geração da família, já que a marca começou a desenvolver sua linha infantil e baby. Mas o time só ficou completo em 2000, com a chegada do estilista britânico Christopher Bailey, vindo do Grupo Gucci.
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Nas últimas coleções, o estilista introduziu visuais mais casuais, adicionando um fulgor boêmio à herança de design da famosa marca britânica. Contrabalançar a tradição da empresa com uma estética moderna foi essencial para a consolidação da BURBERRY. É verdade que as roupas dos desfiles vendem pouco, mas serve de inspiração para as linhas efetivamente rentáveis, como a Burberry London, coleção mais extensa e popular, que não existia antes de Rose Marie assumir a presidência da empresa, assim como bolsas, óculos de sol, sapatos, lingeries sensuais, linha infantil e até cobertor para cachorros. Além disso, linha de perfumes, jeans, camisaria e básicos produzem visuais irreverentes.
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-O grande mérito da dupla Rose Marie-Bailey foi pegar um produto empoeirado, mas com pedigree, sacudi-lo e reinventá-lo em uma linguagem jovem e moderna – sem perder um pingo sequer da elegância britânica. O resultado: o xadrez mais famoso do mundo, agora aparece conectado a figuras como Kate Moss, Madonna, Liam Galagher, vocalista do Oasis, além da atriz Emma Watson, que foi modelo da BURBERRY por um bom tempo, e devido ao seu sucesso nos filmes Harry Potter influênciou os mais jovens a se interessar pela marca britânica. Recentemente a marca voltou a estar em evidência: a bolsa Knight Bag, em couro preto, salpicada de metal na superfície e fecho lateral com chave já foi vista nos braços de Cameron Diaz, Jessica Alba e da modelo britânica Agyness Deyn..
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“O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência (conseguida com ele), muito.” – Coco Chanel